A origem dos cofres em formato de porco é resultado de uma combinação de influências linguísticas, crenças populares e coincidências históricas. Embora seja difícil apontar um único berço para esse hábito, há registros que ajudam a compreender como o porquinho se tornou sinônimo de economia.
Uma das explicações mais conhecidas remonta à Inglaterra medieval. Na época, era comum o uso de uma argila chamada pygg na fabricação de utensílios domésticos. Alguns desses recipientes serviam para guardar moedas e ficaram conhecidos como pygg banks. Com o passar do tempo, a semelhança sonora entre pygg e pig (porco, em inglês) levou artesãos a moldarem os cofres no formato do animal — e assim nasceu o piggy bank.
Mas o fenômeno não é exclusivo do Ocidente. Escavações na ilha de Java, atual Indonésia, revelaram cofres em forma de porco datados do século XII. Na cultura javanesa, o termo cèlèngan se refere tanto ao animal quanto à ideia de poupança. A associação reforça o vínculo entre o porco e a prosperidade, já presente em outras tradições.
Na Alemanha, porcos são há séculos símbolos de sorte e abundância. Escavações do século XIII indicam o uso de cofres em forma do animal, fortalecendo a ligação entre o porco e a segurança financeira. Na China, o porco também representa fartura, e sua imagem é frequentemente usada como emblema de riqueza.
Apesar das origens variadas, há um ponto em comum: a imagem do porco como símbolo de boa sorte e prosperidade atravessou fronteiras e séculos. Hoje, o cofrinho de porco é mais do que um objeto decorativo — é um ícone global da ideia de poupar.