Moedas de ouro celtas de 2.300 anos são encontradas em pântano suíço

Moedas de ouro celtas de 2.300 anos são encontradas em pântano suíço

Fonte e foto: Nicole Gebhard. © Archaeology Baselland

Duas moedas de ouro celtas com cerca de 2.300 anos foram encontradas em um pântano na região de Arisdorf, no cantão da Basileia-Campo. Datadas de meados do século 3º antes de Cristo, são as mais antigas já descobertas em território suíço. Arqueólogos avaliam que as peças foram deixadas no local como oferenda religiosa.

As moedas apareceram no pântano de Bärenfels, área com depressões naturais cheias de água. O achado ocorreu na primavera de 2025, durante buscas de voluntários ligados ao órgão Arqueologia Baselland. O local já havia revelado, em 2023, um conjunto de 34 moedas de prata do século 1º antes de Cristo.

Foram encontradas duas peças: um estater de ouro, com 7,8 gramas, e um quarto de estater, com 1,86 grama. Há pouco mais de 20 moedas desse período conhecidas na Suíça, o que reforça a raridade do achado.

As duas seguem modelos criados no mundo grego. Trazem no anverso o perfil do deus Apolo e, no reverso, uma biga, carro puxado por dois cavalos. O padrão imita moedas cunhadas no reinado de Filipe II da Macedônia, pai de Alexandre, o Grande. No exemplar menor, aparece um símbolo típico da arte celta, a tríplice espiral, conhecida como trisquele.

Especialistas explicam que a moeda chegou ao mundo celta por meio de guerreiros mercenários. A partir do fim do século 4º antes de Cristo, celtas que lutavam em exércitos helenísticos passaram a receber pagamento em ouro e prata. De volta ao norte dos Alpes, essas moedas inspiraram cunhagens locais.

Para os arqueólogos, o contexto do achado é decisivo. Pântanos, rios e lagos eram vistos pelos celtas como espaços sagrados, associados ao contato com divindades. Objetos de alto valor, como armas e metais preciosos, costumavam ser depositados nesses ambientes como oferendas.

“Moedas de ouro não eram usadas no dia a dia. Eram valiosas demais”, afirmou o órgão arqueológico do cantão. Além de pagamentos especiais e presentes diplomáticos, elas também tinham função simbólica e ritual.

A região de Arisdorf era ocupada, na Idade do Ferro, pelo povo celta dos rauracos, que mantinha um importante assentamento onde hoje fica a cidade de Basileia. O uso do mesmo pântano para depósitos ao longo de cerca de dois séculos indica a permanência de práticas religiosas ligadas à paisagem.

As duas moedas de ouro serão exibidas ao público a partir de março de 2026, em uma mostra especial em Basileia, ao lado das moedas de prata encontradas anteriormente no mesmo local.

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  • user por Cleonice Schoneborn de Moraes

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