Presente em cerimônias, canções, moedas e slogans, o lema “God Save the Queen” acompanhou o Reino Unido ao longo de sete décadas do reinado de Elizabeth II. A frase, simples e solene, tornou-se uma das expressões mais reconhecidas da monarquia britânica. Desde 2022, com a ascensão de Charles III, o país voltou à forma tradicional: “God Save the King”.
A origem do lema remonta ao século XVII. Traduções antigas da Bíblia e proclamações reais já usavam a fórmula “God Save the King”. O uso como hino nacional surgiu em 1745, quando a canção “God Save the King” foi entoada em Londres durante a rebelião jacobita. Sem autoria definida, a música se popularizou rapidamente.
No século XIX, passou a ser reconhecida como o hino nacional do Reino Unido. A frase se consolidou como saudação oficial ao monarca reinante, adaptando-se ao gênero do soberano: “Queen” durante o reinado de Elizabeth II, “King” sob o reinado de seus predecessores e, agora, novamente com Charles III.
Ao longo do tempo, o lema apareceu em momentos importantes da vida pública britânica: coroações, funerais de Estado, eventos militares e transmissões oficiais. Também foi reproduzido em documentos, selos e, de forma indireta, nas moedas do Reino Unido.
Na numismática, a frase nunca foi estampada como texto principal nas moedas de circulação comum, mas seu simbolismo esteve presente. Cada retrato oficial da Rainha cunhado entre 1953 e 2022 — de Mary Gillick a Jody Clark — representava a autoridade da soberana e reforçava, de forma visual, a ligação entre a monarca e a expressão “God Save the Queen”.
Essa relação foi explicitada na moeda comemorativa de £20 lançada em 2015, em homenagem ao reinado mais longo da história britânica. No reverso, os cinco retratos da Rainha são acompanhados da inscrição “The Longest Reign”, com o monograma real “E II R” abaixo — uma referência clara ao lema tradicional.
Em 1977, a frase foi usada com outro sentido. O grupo britânico Sex Pistols lançou uma canção com o mesmo nome. A música, de teor crítico, foi divulgada durante o Jubileu de Prata da Rainha. A letra expressava descontentamento com o sistema político e a monarquia. Por causa do conteúdo, a faixa foi censurada em rádios e boicotada por lojas.
Apesar disso, a frase “God Save the Queen” manteve seu uso oficial. A crítica feita pela banda tornou-se conhecida, mas não alterou o status do lema como expressão institucional. A monarquia seguiu usando a fórmula em documentos e eventos públicos até 2022.
Com a morte de Elizabeth II, o Reino Unido voltou à forma original: “God Save the King”. A mudança reforça o caráter dinâmico do lema, que se adapta à figura do soberano, mas mantém seu valor simbólico.
Hoje, “God Save the Queen” permanece como parte da memória britânica. Usado em moedas, cerimônias e canções, o lema expressa a continuidade da monarquia e as diversas formas de relação do país com sua história.