Nem todas as moedas são atraídas por ímãs. A explicação está na composição dos metais usados na sua fabricação. O comportamento magnético depende do tipo de material e da interação dos elétrons em sua estrutura. Metais como ferro e níquel são fortemente atraídos, enquanto outros, como cobre e alumínio, praticamente não reagem.
O magnetismo ocorre devido ao alinhamento dos momentos magnéticos dos elétrons. Materiais ferromagnéticos, como ferro, níquel e cobalto, têm forte atração por ímãs. Materiais paramagnéticos, como alumínio e estanho, apresentam atração muito fraca. Já os diamagnéticos, como cobre, prata e zinco, repelem campos magnéticos, mas de forma quase imperceptível.
Composição das moedas
A composição das moedas varia conforme o país e a época. Essa diferença explica por que algumas são atraídas por ímãs e outras não.
Principais metais e ligas:
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Cobre: Diamagnético. Grande parte das moedas antigas era feita de cobre ou ligas com alto teor desse metal, o que as torna não magnéticas.
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Níquel: Ferromagnético. Em quantidade significativa, confere alguma atração magnética às moedas.
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Zinco: Diamagnético. Puro, não é atraído por ímãs.
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Alumínio: Paramagnético. A atração é tão fraca que é imperceptível em condições normais.
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Latão (cobre + zinco): Não magnético.
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Bronze (cobre + estanho): Predominantemente não magnético.
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Aço: Ferromagnético. Moedas feitas de aço ou com núcleo de aço são geralmente atraídas por ímãs.
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Aço inoxidável: Pode ou não ser magnético, dependendo do tipo.
Exemplos em diferentes países
País | Moeda | Composição | Atração magnética |
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Brasil | Real atual | Aço inoxidável | Sim (na maioria) |
EUA | Penny | Zinco + cobre | Não |
EUA | Nickel | Cobre + níquel | Leve |
Eurozona | 1, 2, 5 centavos | Aço + cobre | Forte |
Reino Unido | 1p e 2p (pós-1992) | Aço + cobre | Forte |
Japão | 1 iene | Alumínio | Não |
Moedas brasileiras: quais são atraídas e quais não
No Brasil, as moedas do real reagem de maneira diferente à aproximação de um ímã, dependendo do material usado. A maioria das moedas é atraída, mas há exceções nas séries mais antigas.
A atração magnética acontece porque algumas moedas são feitas de aço ou possuem revestimentos que contêm ferro. Já moedas compostas por ligas como cuproníquel e alpaca não reagem ao ímã.
Comparativo direto
Moeda | Material | Atraída por ímã? |
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R$ 0,01 | Aço revestido de cobre | Sim |
R$ 0,05 | Aço revestido de cobre | Sim |
R$ 0,10 | Aço revestido de bronze | Sim |
R$ 0,25 | Aço revestido de bronze | Sim |
R$ 0,50 (1998-2001) | Cuproníquel | Não |
R$ 0,50 (2002 em diante) | Aço inoxidável | Sim |
R$ 1,00 (1998-2001) | Cuproníquel e alpaca | Não |
R$ 1,00 (2002 em diante) | Aço inoxidável + aço revestido de bronze | Sim |
Moedas atraídas por ímã:
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R$ 0,01
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R$ 0,05
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R$ 0,10
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R$ 0,25
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R$ 0,50 (a partir de 2002)
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R$ 1,00 (a partir de 2002)
Moedas não atraídas por ímã:
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R$ 0,50 (1998-2001)
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R$ 1,00 (1998-2001)
Mudanças nos materiais
A mudança nos materiais refletiu preocupações econômicas e de durabilidade. A partir de 2002, o Banco Central optou por materiais mais resistentes e baratos, como o aço inoxidável. Além do custo reduzido, a atração magnética facilita a automação em sistemas de coleta, triagem e conferência de moedas.
O real entrou em circulação em 1994. Desde então, o padrão das moedas passou por poucas alterações visuais, mas mudanças internas nos metais usados foram fundamentais para garantir mais segurança e eficiência.