Numismática submersa: o enigma das moedas de ouro do San José, as Macuquinas do fundo do mar

Numismática submersa: o enigma das moedas de ouro do San José, as Macuquinas do fundo do mar

Um estudo publicado na revista Antiquity, da Universidade de Cambridge, revelou detalhes inéditos sobre moedas de ouro encontradas no naufrágio do galeão espanhol San José, conhecido como o “Santo Graal dos naufrágios”. A embarcação afundou em 1708, ao largo de Cartagena, na Colômbia, durante a Guerra da Sucessão Espanhola, levando consigo cerca de 200 toneladas de ouro, prata e pedras preciosas.

As expedições, realizadas em 2021 e 2022 pela marinha colombiana, usaram veículos subaquáticos operados remotamente (ROVs) para registrar imagens em alta definição das moedas. Conhecidas como macuquinas, elas foram cunhadas em Lima, no Peru, e circularam por mais de dois séculos nas Américas. Cada peça pesa em média 27 gramas e mede 32,5 milímetros.

As imagens revelaram símbolos característicos: de um lado, a Cruz de Jerusalém e um escudo com castelos e leões, representando Castela e Leão; do outro, as Colunas de Hércules sobre ondas do mar, desenho exclusivo da Casa da Moeda de Lima. Marcas como a letra “L” (Lima), o número “8” (oito escudos, maior valor da época) e a inicial “H” de Francisco de Hurtado, ensaiador em 1707, ajudam a datar e autenticar as moedas.

A data de cunhagem, 1707, confirma que o naufrágio ocorreu depois desse ano. Para arqueólogos, essas moedas funcionam como “marcadores cronológicos” que reforçam a identidade do navio. Outros artefatos, como canhões com inscrições de 1665 e porcelana chinesa, completam o quadro histórico do naufrágio.

O San José foi descoberto oficialmente pelo governo colombiano em 2015. Avaliado em até US$ 17 bilhões, o tesouro é alvo de disputa judicial entre Colômbia, Espanha, a empresa americana Sea Search Armada e representantes do povo indígena Qhara Qhara, da Bolívia, que reivindicam reparação pelo ouro extraído de suas terras.

Atualmente, o sítio é considerado área arqueológica protegida, e os trabalhos priorizam levantamentos não intrusivos. A ideia do governo colombiano é recuperar os objetos de forma gradual e exibi-los em um museu dedicado ao galeão.

Fonte da imagem: Reprodução/Antiquity

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