Arqueólogos encontraram em Hradec Králové, no leste da República Tcheca, um dos maiores tesouros já registrados no país. A escavação, realizada no trajeto de uma futura rodovia, revelou moedas de ouro e prata, joias, âmbar, cerâmica de luxo e utensílios domésticos. O material foi armazenado em mais de 22 mil sacos, o que o torna um dos maiores conjuntos arqueológicos já recuperados na região.
O sítio data do período La Tène, fase que marcou o auge da cultura celta na Europa Central, por volta do século II a.C. Pesquisadores do Museu da Boêmia Oriental identificaram que o local funcionava como centro regional de comércio e produção. De lá partiam rotas que conectavam a comunidade a outros pontos da Europa, revelando a força das redes celtas antes da chegada dos romanos.
Além de moedas e joias, os arqueólogos encontraram vestígios de moradias, oficinas e duas possíveis áreas de culto. O que surpreendeu a equipe foi a ausência de muralhas. Mesmo sem fortificações, a cidade abrigava objetos de grande valor econômico e simbólico, indicando estabilidade social e confiança nas relações comerciais.
Especialistas consideram o achado “sem precedentes” na República Tcheca. A diversidade e a abundância dos artefatos colocam o sítio no mesmo patamar de grandes aglomerações conhecidas no vale do Danúbio e no sul da Alemanha. A descoberta reforça a importância dos celtas como agentes de intercâmbio cultural e econômico na Europa.
Nos últimos anos, o país registrou outras descobertas de impacto. Em 2024, uma hiker encontrou um tesouro de ouro em campo abandonado. Pouco antes, mais de duas mil moedas medievais foram localizadas na região da Boêmia Central. A nova escavação, no entanto, é considerada a mais expressiva pela amplitude e pelo estado de preservação dos achados.