Mais de 400 Moedas de Ouro e Prata da Era Romana, de Diversas Partes do Mundo, Descobertas na Holanda!
Um tesouro impressionante, com mais de 400 moedas de ouro e prata da era romana, foi descoberto em um campo nos arredores de Bunnik, na Holanda. O achado inclui peças que retratam governantes e figuras históricas de diferentes partes do mundo, como o imperador Cláudio, de Roma; Cunobelino, rei celta da antiga Grã-Bretanha; e até Juba I, governante de uma região que hoje corresponde à Argélia, no norte da África. A descoberta revela conexões fascinantes entre culturas distantes durante o auge do Império Romano.
Um Tesouro que Conta Histórias
As moedas foram encontradas por dois entusiastas de detecção de metais em outubro de 2023. Após a descoberta inicial de 381 peças, uma escavação organizada pela Agência do Patrimônio Cultural da Holanda recuperou mais 23 moedas. O conjunto inclui 44 moedas de ouro britânicas, conhecidas como staters, que trazem o nome de Cunobelino, rei celta que governou o sudeste da Grã-Bretanha entre 9 e 40 d.C.
Além das moedas britânicas, o tesouro contém 72 moedas de ouro romanas (áureos) e 288 de prata (denários), datadas entre 200 a.C. e 47 d.C. Entre as peças mais antigas, há moedas com os rostos de Júlio César e Juba I, rei da Numídia, região que hoje faz parte da Argélia. As mais recentes trazem a efígie do imperador Cláudio, responsável pela invasão romana da Britânia em 43 d.C.
Contexto Histórico: Roma e a Britânia
Na época do Império Romano, a Grã-Bretanha (atual Reino Unido) era habitada por tribos celtas, como os Catuvellauni, liderados por Cunobelino e seus sucessores, Togodumno e Carataco. Esses povos resistiram à expansão romana, mas acabaram dominados após a invasão liderada pelo general Aulo Pláucio, a mando do imperador Cláudio.
As moedas britânicas encontradas na Holanda provavelmente foram trazidas por soldados romanos que retornavam da Britânia. Especialistas acreditam que elas podem ter sido saqueadas durante as campanhas militares ou distribuídas como recompensa (donativum) após vitórias.
Por Que Enterrar um Tesouro?
As moedas foram enterradas em uma cova rasa, a menos de 30 cm da superfície, em uma área úmida próxima a um canal de água. O local, inadequado para agricultura ou habitação, pode ter sido escolhido para esconder o tesouro durante conflitos ou como oferenda ritualística.
A descoberta também reforça a importância da região de Bunnik, que fazia parte da fronteira norte do Império Romano. O local servia como base para as tropas que partiam para a Britânia e, aparentemente, também como ponto de retorno após as campanhas.
Legado em Exposição
Das 404 moedas encontradas, 381 foram adquiridas pelo Museu Nacional de Antiguidades de Leiden, onde estão em exibição permanente. O tesouro não só revela detalhes sobre a expansão romana, mas também destaca o papel de cidadãos comuns na arqueologia moderna.
Para os brasileiros, a descoberta é um lembrete de como o Império Romano conectou culturas distantes, da Grã-Bretanha ao norte da África, deixando um legado que ainda hoje fascina o mundo.