Banco da Inglaterra quer saber o que os britânicos desejam ver representado nas novas notas do país.
Banco da Inglaterra quer saber o que os britânicos desejam ver representado nas novas notas do país. Proposta inclui temas como natureza, inovação e cultura. Participação está aberta até 31 de julho.
O Banco da Inglaterra lançou neste mês uma consulta pública para decidir os temas das próximas cédulas britânicas. A iniciativa, aberta até 31 de julho, permite que a população opine sobre o que deve ilustrar o novo desenho das notas que circularão no Reino Unido nos próximos anos.
A ideia é ampliar a representação da identidade nacional além de figuras históricas. Entre os temas sugeridos estão inovação, eventos marcantes, cultura, esportes, arquitetura e natureza. O público também pode propor outras opções. Segundo a instituição, as notas continuarão trazendo o retrato do monarca — hoje, o rei Charles III —, mas o verso pode mudar conforme a escolha popular.
“Mais do que um meio de pagamento, as cédulas representam nossa identidade coletiva e oferecem uma chance de celebrar o Reino Unido”, afirmou Victoria Cleland, caixa-chefe do Banco da Inglaterra.
A iniciativa marca uma mudança em relação ao modelo usado desde 1970, quando William Shakespeare se tornou o primeiro não-membro da realeza a aparecer em uma nota britânica. Atualmente, figuras como Winston Churchill (£5), Jane Austen (£10), JMW Turner (£20) e Alan Turing (£50) ilustram a chamada Série G, todas impressas em polímero — material mais resistente, limpo e difícil de falsificar.
A consulta se dá em um momento de queda no uso do dinheiro em espécie no Reino Unido. Ainda assim, uma em cada cinco pessoas prefere pagar com cédulas. O banco reforça que continuará garantindo o acesso ao dinheiro físico, principalmente por seu valor simbólico e cultural.
Além da votação sobre o tema, o processo de renovação das notas envolve anos de pesquisa, testes de segurança e design acessível. Elementos como janelas transparentes, impressão em alto-relevo, fios metálicos e efeitos holográficos fazem parte do padrão atual, desenvolvido em parceria com a empresa britânica De La Rue, uma das maiores fabricantes de papel-moeda do mundo.
Para os colecionadores brasileiros, o processo britânico pode servir de referência. A escolha participativa reforça a importância das cédulas como patrimônio histórico e objeto de identidade nacional — não apenas como meio de troca. O futuro das notas britânicas pode até mesmo influenciar discussões semelhantes em outros países.