Artigo por RODRIGO MALDONADO
Mesmo um pequeno desgaste no estado de uma moeda pode determinar uma grande diferença no seu valor de mercado. As moedas que entram em circulação, naturalmente sofrem desgastes devido ao seu manuseio, tendo cotação inferior àquelas não circuladas, estas mais procuradas e valorizadas.
Introdução
O estudo sobre o estado de conservação de uma moeda, há muito é objeto de controvérsia entre os colecionadores, entre os que operam direta ou indiretamente no setor e no âmbito dos apaixonados pela numismática. A dificuldade em atribuir a um exemplar, com precisão, um grau à qualidade de sua conservação, é empresa árdua e requer boa dose de paciência e muita prática.
Na nossa numismática, em particular, os estados de conservação subdividem-se em seis colunas, a saber: Flor de cunho; soberbo; muito bem conservada; bem conservada, regular e um tanto gasta, o que nos deixa pouca margem quando diante de um exemplar que se posiciona, por exemplo, entre os estados definidos como MBC (muito bem conservada) e SOB (soberbo).
As variantes comumente usadas com o objetivo de preencher esta lacuna, parecem não atingir plenamente o seu objetivo, ou seja: dar ao exemplar um posicionamento dentro de uma escala rígida de valores previamente determinados e aceitos dentro da nossa comunidadde numismática. Os símbolos ++ ou -- colocados seguidamente a determinados graus de conservação, são muito vagos. Se chegam a satisfazer no momento de uma negociação, carecem de legitimidade, mostrando-se fiéis apenas à aceitação de uma prática comum, já que o nosso sistema, apesar de bastante simples, deixa a desejar quando o assunto é dar à moeda um justo grau de conservação, o que se demonstra necessário em casos de perícia ou na negociação de exemplares muito raros.
Dessa forma, elaboramos um código que consideramos útil quando avaliamos moedas brasileiras que nos são entregues para perícia (esse serviço não está mais, por enquanto, disponibilizado no Brasil), e que agora apresentamos em primeira mão aos nossos leitores; um método de classificação que possa servir de resposta à dúvida de muitos, sobretudo para os que ainda não possuem a devida experiência em classificar a qualidade das moedas. Nosso objetivo é dar uma resposta aos que sentem dificuldade em avaliar um exemplar quanto ao seu estado de conservação que não se enquadra perfeitamente na simplicidade do método que usamos na numismática brasileira. Certamente que, ao expedirmos um certificado, essa avaliação vem imediatamente traduzida em valores da Escala Sheldon, a mais utilizada e aceita em todo o mundo.
Destarte, adotamos um sistema coligado aos estados de conservação já existentes, apenas inserindo uma fórmula linear, numérica e progressiva, que subdivide cada nível de qualidade em dez (10) partes, e que consente atribuir um valor de conservação com variação percentual de 10% a cada grau subsequente, partindo do mais baixo. As subdivisões dos diversos estados de conservação, iremos chamar de “estados intermediários”. Convém esclarecer que não inovamos absolutamente nada. Nosso trabalho aqui é o de apenas adaptar a terminologia brasileira aos valores da conhecida Escala Sheldon, a mais usada entre as grandes empresas certificadoras como a NGC e a PCGS, nos EUA.
O processo de certificação e encapsulamento de moedas de coleção, na NGC
Escala dos estados intermediários de conservação
O estado de conservação de uma moeda é regulamentado por convenção, em diversos graus, indicados com uma escala aplicada com escrúpulo, precisão e profissionalismo. Nesse projeto que elaboramos, partimos dos seis (6) estados de conservação conhecidos, todavia, inserindo mais dois graus, além dos já conhecidos. Tratam-se dos estados de conservação discreto e excepcional que, a partir de agora, iremos abreviar como DT (discreto) e FDCe (flor de cunho excepcional), respectivamente. São eles, a partir do mais baixo: