As últimas moedas de um centavo produzidas para circulação nos Estados Unidos receberam uma marca especial em forma de ômega (Ω). O símbolo, usado pela primeira vez em moedas americanas, distingue as unidades finais de um ciclo iniciado em 1793, quando os primeiros pennies entraram em circulação sob o recém-criado sistema monetário federal.
A Casa da Moeda confirmou que o ômega identifica cada peça como parte do lote final de produção. O número de conjuntos, 232, corresponde ao período contínuo de fabricação do centavo. O Mint realizou a cunhagem cerimonial em 12 de novembro na Filadélfia. O tesoureiro Brandon Beach e a diretora interina Kristie McNally acionaram as prensas que produziram as últimas unidades destinadas ao público.
O encerramento ocorre por causa do custo crescente da moeda. Segundo dados do próprio Mint, o valor para fabricar um centavo superou os 3,6 centavos em 2024, tornando a produção deficitária. A decisão também atende à diretriz federal emitida em fevereiro, que buscava reduzir gastos administrativos.
O centavo permanece como moeda válida. O Mint estima que mais de 300 bilhões de unidades continuam em circulação, número muito superior ao necessário para o comércio. Parte dos varejistas já adota arredondamento para o níquel, prática semelhante à do Canadá desde 2012.
O Mint ressaltou que a marca ômega pretende registrar o fim de uma tradição que atravessou guerras, crises econômicas e a expansão territorial. “O centavo resistiu a 232 anos da história do país”, afirmou McNally no comunicado oficial divulgado em Washington. Segundo ela, a marca final simboliza a ligação entre gerações de americanos que tiveram a moeda como parte do cotidiano.