Conexões Numismáticas Revelam Relações Históricas dos EUA com Panamá, Groenlândia e Canadá
As recentes declarações do presidente eleito Donald Trump sobre planos expansionistas reacenderam debates sobre a ampliação territorial dos Estados Unidos. A possível aquisição da Groenlândia, o controle do Canal do Panamá e a ideia de integração pacífica do Canadá como estado americano geraram controvérsias. No entanto, essas discussões deixam de lado um elo histórico menos conhecido: a relação numismática entre os EUA e essas nações.
Panamá e as Moedas Americanas
A conexão dos EUA com o Panamá remonta ao início do século XX, quando os americanos ajudaram na construção do Canal do Panamá. Em 1904, logo após a independência do país em relação à Colômbia, a Casa da Moeda dos Estados Unidos (U.S. Mint) começou a produzir moedas panamenhas. Essas primeiras edições eram compostas por prata de 90% de pureza, o mesmo padrão utilizado nas moedas americanas da época.
Entre as moedas mais notáveis está a pequena “Pílula do Panamá”, uma moeda de 2 ½ centésimos que pesa apenas 1,25 gramas e mede 10 milímetros de diâmetro. Esta é a menor moeda já produzida pela Casa da Moeda dos EUA. Popular entre colecionadores, ela reflete a influência americana na economia panamenha, que continua até hoje com a paridade do balboa em relação ao dólar americano.
Em 1966, a produção de moedas panamenhas passou a usar ligas semelhantes às americanas, como o cuproníquel. Essa relação direta terminou na década de 1970, quando o Panamá recorreu à Franklin Mint para a produção de suas moedas.
Groenlândia e o Papel dos EUA na Segunda Guerra
Mundial
Durante a Segunda Guerra Mundial, os EUA assumiram o controle estratégico da Groenlândia, então território dinamarquês, para evitar sua ocupação pelos alemães. A presença militar americana resultou na produção de moedas locais pela Casa da Moeda de Filadélfia, incluindo a moeda de 5 coroas feita de latão.
Com um design que combinava o brasão da Dinamarca e um urso polar, criado pelo designer americano Gilroy Roberts, essas moedas eram utilizadas principalmente pelos soldados americanos. Hoje, são peças cobiçadas por colecionadores devido ao seu valor histórico e ligação com o esforço de guerra.
Canadá: Uma Colaboração Específica
Apesar de ter sua própria casa da moeda desde 1908, o Canadá também recorreu aos EUA durante um período de alta demanda por moedas nos anos 1960. Em 1968, a Casa da Moeda de Filadélfia produziu moedas canadenses de 10 centavos em níquel para suprir a necessidade crescente do país.
Essas moedas, embora idênticas às canadenses em termos de design, apresentam diferenças sutis na reentrância das bordas, permitindo identificar sua origem. Hoje, essas peças são de grande interesse para colecionadores que buscam variantes raras.
O Fim das Parcerias Numismáticas
A última moeda internacional produzida pelos EUA foi a peça de 1.000 coroas para a Islândia em 2000, comemorando o milênio de Leif Erikson. Desde então, a Casa da Moeda dos EUA tem se concentrado em colaborações comemorativas, como o conjunto “Pride of Two Nations” com o Canadá em 2019 e a recente série “Liberty & Britannia” com o Reino Unido.
Essas
histórias mostram que as conexões entre os EUA e outros países vão além da
política, refletindo-se também na economia e na cultura. As moedas, testemunhas
silenciosas de momentos históricos, continuam a contar histórias de alianças e
influências que moldaram o cenário global.
(Fonte Numismatic News - https://www.numismaticnews.net/)