Dono de depósito de metais preciosos é condenado a 65 anos por fraude de US$ 76 milhões nos EUA
Um empresário de 69 anos foi condenado nos Estados Unidos a 65 anos de prisão por chefiar um esquema de fraude que desviou ao menos US$ 76 milhões (cerca de R$ 418 milhões) de investidores em metais preciosos. Ele era dono de uma empresa que oferecia serviços de custódia e investimento em ouro, prata e moedas raras.
Como funcionava o esquema
A empresa do réu operava como um “depósito de metais preciosos”. Investidores enviavam barras, moedas e outros ativos valiosos com a promessa de que seriam armazenados em segurança ou usados em aplicações. Ao todo, a companhia chegou a concentrar mais de US$ 100 milhões em metais confiados por clientes.
Na prática, no entanto, parte dos bens desaparecia após o recebimento. Em vez de manter o ouro e a prata guardados, o empresário os vendia ou os usava como garantia para obter recursos e manter o esquema funcionando. O dinheiro também financiava luxos pessoais: imóveis em resorts, viagens ao exterior, e artigos de alto valor.
O que ele fazia de ilegal
Durante pelo menos dez anos, ele:
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Vendia metais sem o consentimento dos donos;
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Apresentava documentos falsos para simular que os ativos estavam seguros;
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Usava os valores recebidos para cobrir rombos anteriores, no estilo de um esquema de pirâmide;
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Declarava menos renda ao fisco, cometendo sonegação fiscal.
As vítimas descobriram que seus investimentos haviam desaparecido quando pediram a devolução dos metais e não receberam os bens de volta. Investigações apontaram mais de mil contas com ativos ausentes.
Por que foi condenado
A Justiça o considerou culpado por fraude eletrônica, fraude postal (envolvendo correspondências usadas para enganar clientes) e evasão fiscal. A juíza do caso afirmou que o réu agiu de forma deliberada e sustentou um esquema “chocante” em tamanho e ousadia.
Além da pena máxima, ele foi condenado a restituir cerca de US$ 76,5 milhões às vítimas. A sentença reflete não só a gravidade do crime, mas também os prejuízos causados a centenas de pessoas que confiaram suas economias ao réu. A investigação foi conduzida pelo FBI e pela Receita Federal dos Estados Unidos.