O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou a paralisação da produção de centavos pelo Departamento do Tesouro. O argumento é que a fabricação dessas moedas se tornou cara e desnecessária. Em 2024, a Casa da Moeda americana registrou um prejuízo de mais de US$ 85 milhões ao produzir mais de 3 bilhões de centavos.
A mudança pode afetar colecionadores e entusiastas de moedas. O centavo, muitas vezes esquecido em bolsos e gavetas, é peça central para alguns. A expectativa inicial é que a interrupção da produção aumente o valor das moedas, mas especialistas alertam que o impacto pode não ser tão direto.
"Moedas são verdadeiras obras de arte. Elas são esculpidas, belíssimas e também fazem parte da história", afirma Dave Simmons, gerente de um antiquário no Kansas e colecionador há décadas.
Valorização pode levar anos
Apesar do possível aumento do interesse, Simmons acredita que a valorização dos centavos não será imediata. Segundo ele, novas moedas dificilmente superam seu valor de face no mercado de colecionadores.
"É apenas mais um espaço a preencher em um livro de coleções. Há muitas moedas e cédulas para buscar sem se preocupar com a ausência de uma de 2026 ou 2027", explica.
A escassez pode tornar os centavos mais desejados, mas a valorização significativa tende a ocorrer apenas ao longo de gerações. Ele compara a situação ao fim da impressão de cédulas de 2 dólares e moedas de ouro, que só ganharam relevância entre colecionadores anos depois de deixarem de circular.
Interesse renovado na numismática
Ainda que o impacto financeiro seja incerto, a decisão pode impulsionar o interesse pela numismática, estudo e coleção de moedas e cédulas.
Com bilhões de centavos ainda em circulação, a moeda seguirá presente no comércio por um longo tempo. No entanto, sua retirada gradual pode reforçar seu valor histórico e transformar o centavo em um objeto de desejo para colecionadores no futuro.