A primeira 'Casa da Moeda' do Brasil: A Casa de Fundição de Ouro no Vale do Ribeira

A primeira 'Casa da Moeda' do Brasil: A Casa de Fundição de Ouro no Vale do Ribeira

A Casa de Fundição de Ouro de Iguape, situada no Vale do Ribeira, é um dos marcos mais importantes do Brasil colonial. Criada pela Coroa Portuguesa na primeira metade do século XVII, sua função era centralizar a fundição de ouro, combater o contrabando e assegurar o recolhimento do quinto real, tributo correspondente a 20% do ouro extraído.


Fig.. Imagem atual da antiga Casa de Fundição do Ouro, que abriga do Museu Histórico e Arqueológico

Arqueologia da primeira casa de fundição de ouro do Brasil, Iguape, SP - Scientific Figure on ResearchGate. Available from: https://www.researchgate.net/figure/magem-atual-da-antiga-Casa-de-Fundicao-do-Ouro-que-abriga-do-Museu-Historico-e_fig1_310814699 [accessed 13 Jan 2025]



Descoberta de Ouro e Fundição em Iguape

Os primeiros indícios de ouro na região surgiram entre 1551 e 1552, intensificando-se após a criação das primeiras bandeiras por volta de 1560. O ouro era encontrado principalmente no Rio Ribeira e seus afluentes, com destaque para Xiririca (hoje Eldorado), Apiaí e Iporanga. Para regular a exploração, a Casa da Fundição de Ouro foi fundada por volta de 1630, sendo chamada de Casa de Officina Real da Fundição do Ouro.

Todo o ouro extraído na região era pesado e registrado em Registro, antes de seguir para Iguape, onde passava pelo processo de fundição. Transformado em barras, o ouro era quintado, recebendo o selo real que atestava o pagamento do imposto, antes de ser enviado ao Tesouro Real em Santos.




Estrutura e Funcionamento


O prédio da Casa de Fundição foi construído com taipa de pedra, técnica tradicional do período. Ele contava com:

  • Pavimento superior: Residência do intendente responsável pela administração.
  • Pavimento térreo: Espaço de pesagem, registro e fundição do ouro.
  • Anexos: Oficinas externas, utilizadas para manipulação e fundição do metal.

O processo de fundição incluía:

  1. Recepção: O ouro bruto era pesado e registrado.
  2. Purificação: Em fornos aquecidos com carvão vegetal, impurezas como ferro e cobre eram removidas.
  3. Moldagem: O ouro fundido era derramado em moldes de ferro e resfriado, formando barras.
  4. Selo Real: As barras eram marcadas com o selo que atestava o pagamento do quinto real.



Personagens Históricos


Manoel dos Reis, o primeiro provedor da Casa de Fundição, exercia o cargo de almotacel (inspetor de pesos e medidas). Descrito como uma figura de autoridade e respeito, ele desempenhou um papel central na administração local e na regulamentação das atividades de mineração.



Declínio e Encerramento


A Casa da Fundição operou até cerca de 1750, quando a produção de ouro na região começou a declinar. Reformas foram realizadas em 1737 para restaurar o prédio, mas, na década de 1760, ele foi desativado. Em 1820, o local estava abandonado e foi reutilizado como cadeia pública e, mais tarde, como quartel.

Desde 1970, o prédio abriga o Museu Municipal de Iguape, preservando parte significativa da história aurífera brasileira.



Dados Arqueológicos e Históricos


Estudos arqueológicos identificaram vestígios de fornos, escórias e ferramentas no local, confirmando sua importância para a mineração. Registros históricos, como os de Waldemiro Fortes e Ernesto Young, indicam que cerca de 53,7 quilos de ouro passavam pela Casa da Fundição anualmente durante seu período de maior atividade.






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