Arqueólogos localizaram, próximo ao canto sudoeste do Monte do Templo, em Jerusalém, uma moeda de bronze cunhada cerca de dois mil anos atrás. O achado remonta aos últimos meses antes da destruição do Segundo Templo, em 70 d.C., episódio que, segundo os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, foi antecipado por Jesus Cristo, ao afirmar que “não ficará pedra sobre pedra” no local.
A peça foi produzida entre 69 e 70 d.C., no quarto ano da Grande Revolta Judaica contra o Império Romano. O conflito, iniciado em 66 d.C., nasceu de um cenário de tensões religiosas, impostos considerados abusivos e forte repressão política. A moeda foi cunhada por rebeldes judeus em meio ao cerco de Jerusalém, quando a cidade já sofria escassez de alimentos e intensa pressão militar.
No anverso, a moeda apresenta a gravura de uma taça acompanhada de inscrição em hebraico antigo. No reverso, traz um ramo de palmeira e dois etrogs — frutas cítricas utilizadas nos rituais da festa de Sucot, que recorda os 40 anos de peregrinação dos israelitas no deserto após o Êxodo do Egito.
A destruição do Segundo Templo marcou o fim do principal centro religioso e símbolo de independência do povo judeu. Para estudiosos cristãos, a tragédia histórica coincide com a profecia registrada nos Evangelhos, na qual Jesus teria advertido sobre a queda da edificação.
Segundo a equipe responsável pela escavação, a moeda está em bom estado de preservação, com inscrições e símbolos visíveis. “Trata-se de um vestígio que nos permite tocar os últimos dias do Segundo Templo e compreender a vida de quem presenciou a maior tragédia de sua época”, afirma a nota dos arqueólogos.