Inteligência artificial aprende a “ler” moedas antigas e pode revolucionar museus
Pesquisadores de Londres e Cingapura criaram um sistema que usa inteligência artificial para identificar moedas antigas com precisão. O estudo foi publicado no final de 2024 e propõe automatizar um trabalho que, até hoje, depende da análise manual de especialistas: descobrir de onde veio, quando foi feita e quem está estampado numa moeda histórica.
O método junta dois mundos: imagens e palavras. A tecnologia compara a foto da moeda com descrições textuais e tenta encontrar a correspondência mais próxima. Assim, uma imagem borrada de um imperador romano, por exemplo, pode ser rapidamente ligada ao nome certo e ao período correto.
Funciona como um detector inteligente. Ele reconhece rostos, símbolos, letras e até sinais de desgaste causados pelo tempo. E, segundo os autores, acerta mais do que sistemas anteriores, mesmo com imagens ruins.
A novidade pode transformar o trabalho de museus, universidades e até colecionadores. Em vez de catalogar manualmente milhares de moedas, bastaria escanear as peças e deixar que o sistema organize tudo. Também ajudaria a identificar falsificações ou confirmar se uma moeda rara é mesmo original.
O estudo foi publicado no site arXiv por Rafael Cabral, Maria De Iorio e Andrew Harris. Eles defendem que a ferramenta seja testada em acervos reais, como os de museus históricos, e apontam que a tecnologia ainda pode ser adaptada para outros objetos, como selos e medalhas.