Os florins falsos da Travessa Ouvidor: ourives espanhol criou souvenirs que confundem colecionadores
Na década de 1930, um ourives espanhol estabelecido no Rio de Janeiro fabricou moedas falsas que ainda circulam entre colecionadores. Instalado na rua Sachê nº 8, atual Travessa Ouvidor, ele reproduziu florins e soldos holandeses do período do domínio neerlandês no Brasil (1640-1656).
As moedas originais, cunhadas em Pernambuco, serviam para o pagamento de soldados e compra de víveres. Entre elas, apenas o valor de 12 soldos em prata foi realmente produzido, para ser trocado por florins de ouro na Holanda. Já os exemplares de 40, 30, 20 e 10 soldos nunca existiram: foram criados como souvenirs em 1937 e voltaram a ser fabricados em 1967, em São Paulo.
A escassez de moedas autênticas se explica pela proibição de circulação após a retirada dos holandeses. Muitos proprietários optaram por derreter as peças para evitar punições. Hoje, os florins genuínos alcançam valores elevados em leilões internacionais, chegando a superar a marca dos R$ 200 mil.
Catálogos oficiais, como o de Bentes, ajudam a diferenciar as peças verdadeiras das falsas e preservam informações sobre a produção do ourives. O episódio mostra como souvenirs criados no século 20 ainda confundem o mercado numismático.
👉 Para conhecer essa história em detalhes e ver exemplos de moedas raras, assista ao episódio completo do canal História das Moedas do Brasil: “Os florins falsos da Travessa Ouvidor”.