Burundi emite maior cédula do mundo para marcar 50 anos de convenção global de proteção à vida selvagem
O Banco da República do Burundi lançou uma cédula comemorativa de 10.000 francos (US$ 3,40), a maior já produzida no mundo, para celebrar o 50° aniversário da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Selvagens (CITES), também conhecida como Convenção de Washington. A peça, de curso legal, mas sem circulação prática, tem dimensões recordes de 400 x 288 mm e tiragem limitada a 1.000 unidades, distribuídas pela alemã Mietens & Partner GmbH em cooperação com o banco central burundinês.
Detalhes Técnicos e Recorde Mundial
A cédula supera em 42% o tamanho da anterior detentora do recorde, a nota de 600 ringgits da Malásia (370 x 220 mm), reconhecida pelo Guinness Book. Impressa em papel com duas faixas de segurança e marca d'água de um globo, a cédula burundinza tem tons predominantes de marrom. A frente exibe texto em francês e imagens de animais emblemáticos da África: leão, girafa, búfalo-do-cabo, leopardo-africano, elefante-africano, pousado sobre um rinoceronte-negro. Três estrelas com efeito óptico (OVI) em dourado e o logotipo do banco completam o design.
No verso, destacam-se o brasão de armas do Burundi, dançarinos e percussionistas em fundo, um mapa do país com o rio Ruvyironza (fonte mais ao sul do Nilo), o palácio presidencial em Bujumbura, a bandeira nacional e novamente o logotipo do banco. A cédula não tem data específica, mas traz a assinatura do governador Murihano e do vice Bigendako, com prefixo/sufixo BRB AF/A.
Foco na Conservação e Distribuição
O lançamento, programado para 00.02.2025, reforça o papel da CITES, tratado multilateral que desde 1975 regula o comércio de mais de 38.000 espécies ameaçadas. "Esta cédula é um tributo à biodiversidade e um alerta contra o tráfico ilegal", afirmou um representante do banco em comunicado.
Embora não circule como moeda convencional, a peça será vendida como item de colecionador, com informações disponíveis no site www.giantbanknote.com. Não há confirmação se parte da renda será destinada a projetos ambientais.
Contexto e Críticas
A iniciativa surge em meio a pressões globais sobre espécies africanas, como elefantes e rinocerontes, alvos de caça ilegal. O Burundi, signatário da CITES desde 1990, vizinho de países com redes de tráfico, como Tanzânia e República Democrática do Congo, busca posicionar-se como defensor simbólico da causa.